quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ESCÂNDALO E JUSTIÇA - AFINAL A ANAC MOSTRA A SERVIÇO DE QUEM TRABALHA.

Por Christina Fontenelle
27 de fevereiro de 2008


O Brasil costumava ser conhecido como o país do “jeitinho” – um bom “plá”, um sorrisozinho, um belo decote, uma “graninha”, um “presentinho” e muita coisa resolvia-se país afora – não se pode deixar de dizer, entretanto, que muitas dessas situações, na verdade, apenas acabavam sendo geradas por causa de regras burras, de leis impraticáveis e, é claro, por falta de “grana”, tanto por parte de quem estava precisando de que se desse o tal “jeitinho” quanto por parte de quem tinha a “autoridade” para dá-lo ou não. De modo que, acabar com o “jeitinho” pondo um fim na maioria de suas causas seria uma vitória para o Brasil.

Não é que o “jeitinho” praticamente acabou sendo, enfim, eliminado do cotidiano da cultura popular? Antes fosse... O que aconteceu é que ele tomou novas formas. Hoje, tudo mudou. O “jeitinho” foi apropriado pelos milionários do país e pela companhia governamental do PT – e de seus aliados e apadrinhados, é claro. Também mudou de nome: virou “jeitaço”, já que o pessoal do aparelhamento não aceita nem presente nem gorjeta que esteja abaixo de, digamos assim, por baixo, 1 mil reais.

Então, temos, na atualidade, o seguinte quadro, por mais incoerente que pareça: 1) nunca houve tantos pobres e gente da chamada classe-média tão endividados, inadimplentes e fora da lei (fazendo gato pra luz, pra internet, vendendo de tudo nas ruas sem pagar imposto – o tal do trabalho informal -, sem pagar condomínio, IPVA, IPTU etc.). Tudo muito mais por força da realidade do que por questão de querer ou mesmo de caráter; e 2) nunca houve “na hissstória dessse paíssss”, tantos ricos (muitos deles incultos e com valores completamente distorcidos novos ricos) explorando e roubando tanto o povo e o dinheiro público – mas tudo dentro da Lei, dentro do “vamos apurar”, do “isso foi um erro, não um crime”, do “suma-se com isso da Imprensa” etc.

É isso: o “jeitinho” fez plástica, foi clonado e virou dois – o “jeitaço” e o “ilegal-pra-sobreviver”. Não vamos falar de bom senso porque ele já faleceu há pelo menos 20 anos por aqui. Se você for pobre ou de classe-média, só lhe restaram duas opções: ou você parte para os escândalos cinematográficos para conseguir que seus direitos sejam respeitados e para que haja um mínimo de bom senso na aplicação de leis, ou parte para a Justiça (enquanto ainda temos o que resta dela). Melhor: faça as duas coisas. Muita gente boa já não tem mais paciência para suportar as imposições legais, institucionais e pseudo-comerciais do noivado entre capitalismo e comunismo (capitalismo de monopólios e de oligopólios transnacionalistas dos amigos do Estado; ou neo-socialismo, como queiram denominar) que se instalou, ao que parece, com pretensões de eternidade, aqui no Brasil.

Temos bons exemplos dessa gente que reage e que, hoje, mata muita gente de vergonha só de pensar em agir de maneira semelhante, mas que no futuro, deverá (ou pelo menos deveria) ser lembrado como tendo sido, com certeza, um dos responsáveis por boa parte da evolução nas conquistas dos direitos do consumidor no Brasil. Se a liberdade vencer, será graças a essa gente. A tal da crise aérea traz boas amostras. E, a partir de agora, passo a relatar um destes casos de reação.

O engenheiro Cezar Marques e sua esposa chegaram, no final do ano passado (2007), de uma viagem ao exterior, pela empresa aérea DELTA, direto no Aeroporto Internacional do Rio Janeiro, de onde deveriam tomar outro avião (por bilhete conjugado) para o Rio Grande do Sul, estado onde vivem. Vindo pela DELTA, e com bilhete internacional conjugado, seria óbvio (e assim o determina a Lei) os dois teriam, cada um, franquia de bagagem de 64 Kg – e não apenas a de 23 kg que é a da franquia nacional. Quando foi fazer o Check-In, entretanto, que no caso era na GOL (posto que, afinal, esta e a TAM são as duas únicas empresas aéreas que restaram para fazer o trajeto RJ-RS, no pleno desenvolvimento capitalista do governo Lula), o engenheiro foi informado de que estava com excesso bagagem, porque, a partir daquele momento já estaria em território brasileiro e que, em assim sendo, deveria submeter-se à franquia nacional. Só no Brasil....

Inconformado – e coberto de razão – Cezar Marques foi procurar, como ele mesmo a mim relatou, o ‘"não sei o que” atual - DAC, ANAC, INFRAERO, ETC’ que existem nos aeroportos brasileiros, quase sempre para dizer o seguinte: “Isto é problema que deve ser resolvido com a Cia. Aérea”. De forma que, segue a sugestão: peçam para sair e pronto!

Continuando. O engenheiro discutiu acaloradamente com um sargento e com um tenente, ambos à paisana. O chefe dos dois, que, segundo Cezar, parecia ser um Ten. Cel., saiu de “finininho”. Sargento e tenente, naturalmente, defendendo o indefensável. Pior: para um governo que lhes “cospe na cara”, mensalmente, cada vez que deposita seus salários e para uma companhia aérea que, no final das contas, também confabulou com o governo para liquidar a maior empresa aérea nacional, mundialmente conhecida por sua eficiência – a VARIG. Chegaram a ameaçar o engenheiro de prisão.

Advertida da confusão, a Cia. Aérea DELTA, pela qual o engenheiro e sua esposa viajavam, fez o que nossos militares, teoricamente, são pagos com o dinheiro do povo para fazer: defendeu o cidadão e comprou a briga de Cezar Marques, entrando em acordo com a GOL para que ele e sua esposa embarcassem sem pagar o excesso - que não era, por lei, afinal, excesso.

Ora, vamos ensinar a missa aos padres e fazer o pedido de que essa gente faça o obséquio de ao menos ler as normas estabelecidas em Lei sobre o setor em que trabalham – se não for pedir muito, é claro:

normas e limitações estabelecidas pela Lei nº. 7.565, de 19.12.86 Código Brasileiro de Aeronáutica e pela Portaria N.º 676/GC-5, de 13 de Novembro de 2000 do Comando da Aeronáutica do Ministério de Defesa publicada no Diário Oficial da União no 219-E, Seção 1, páginas 10, 11 e 12, de 14 de Novembro de 2000, com a vigência a partir de 01 de Janeiro de 2001, retificada pela Portaria N.º 689/GC-5 de 22 de junho de 2005....

... Art. 39. Nas linhas domésticas em conexão com linhas internacionais, quando conjugados os bilhetes de passagem, prevalecerá o sistema e o correspondente limite de franquia de bagagem, estabelecido para as viagens internacionais."

Este ano, entretanto, o engenheiro Cezar Marques e sua esposa resolveram fazer diferente. Decidiram, depois de comprarem seus respectivos bilhetes de viagem internacional, dirigir-se à ANAC de Porto Alegre para conseguir uma espécie de documento que lhes garantisse que a legislação seria cumprida sem que tivessem que passar pelas desagradáveis discussões por causa de “excesso que não é excesso” de bagagem, quando fossem e quando retornassem da futura viagem ao exterior programada para janeiro-fevereiro de 2008. O engenheiro esteve na ANAC, pessoalmente, tratando do caso e encaminhando alguns e-mail. Esperando resposta que não vinha, entrou em contato, via telefone, com o senhor Carvalho Neto, GER 5, chefe da ANAC do Sul, que, segundo César - um currículo invejável no setor aeronáutico, pelo menos segundo os padrões "lulistas", digamos assim, como se pode comprovar clicando no quadro acima.

Não que o engenheiro tenha ficado surpreso, mas ouviu, de cara, algumas das seguintes preciosidades: “Ninguém reclama disso, só o senhor!!!”; “São as Cias. Aéreas que fazem essas normas!!!”; “O correto seria pagar excesso” etc. Pergunto eu: essa gente sabe ler? Se souber, foi obrigada a ler a legislação aeronáutica? Ou todos estes órgãos avulsos já viraram cabide de emprego descarado mesmo? Ora, não é, definitivamente, o que se espera ouvir de um senhor que possui, inclusive, o título de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira.

Mas, o engenheiro Cezar Marques, por benevolência talvez, sentiu-se no dever de responder às afirmações absurdas que ia ouvindo:
- “Só eu reclamo porque, mesmo sendo brasileiro, conheço meus direitos e isso não é motivo para que não se tomem providências”.
- “Se são as Cias. Aéreas que fazem as normas, fechem todos os “não sei o que”, pois está provado que não funcionam, até pela quantidade de acidentes - acidentes com mortes -, atrasos, etc. E isso seria uma enorme economia para os cofres públicos”.
- “O turismo no Brasil, que é a maior parte do PIB de vários países na Europa, não cresce porque o turista é tratado como “lixo”, não tem direito a nada, é assaltado, morto, etc.


Engraçado foi que o próprio senhor Carvalho Neto da ANAC mencionou, segundo o engenheiro, que “somos obrigados a seguir as normas dos padrões internacionais” de segurança e de procedimentos. Mas, não parece ser o caso quando se trata das normas de bagagens. Esse desrespeito ao que estabelece o contrato de bilhete conjugado de vigem internacional só acontece aqui no Brasil (talvez China, Rússia, Índia sejam também sejam exceções, não sei). Também não parece ser o caso em relação à proibição de que se viaje portando, na bagagem de mão, canivetes, canetas, etc. que lá pelos Estados Unidos já acabou. Sei que estou sendo repetitiva, mas é que também, em qualquer lugar do mundo (talvez com as mesmas exceções acima citadas) a bagagem de mão padrão pode pesar até 18 Kg. Também nesse caso, portanto, não estamos seguindo as normas dos padrões internacionais. De modo que só nos resta supor que o senhor Carvalho Neto tenha omitido algumas palavrinhas na frase proferida, que deveria ter sido: “somos obrigados a seguir as normas - APENAS AS QUE NOS CONVENHAM - dos padrões internacionais” de segurança e de procedimentos.

Depois de acalorada discussão (na íntegra, em link ao final da matéria) Cezar Marques registrou queixa na ANAC, a pedido dos funcionários, via internet. Ao fazê-lo, encontrou mais alguns absurdos que já se tornaram rotineiros nessa nossa república latino-americana-neo-socialista. A página pedia que se digitasse o CPF do reclamante. CPF é registro importante e que só deveria ser obrigatório em processos judiciais e talvez em contratos de aluguel, de prestação de serviços, etc. No caso do registro de queixa na ANAC, bastaria nome, e-mail e/ou identidade. Gastando milhões em reformas de aeroportos superfaturadas, o setor aéreo não conseguiu implantar um sistema on-line, como o possui a Polícia Militar do Distrito Federal, por exemplo, que não peça ao usuário que desabilite seus programas antivírus e anti Pop-Ups para que possa registrar sua queixa – o que, no caso do formulário online da ANAC, deve ser feito com apenas 1600 caracteres (incluindo os espaços entre as palavras) - espaço que, muitas vezes, pela complexidade das ocorrrências, é insuficiente. Outro problema: não se pode nem copiar e nem colar no tal formulário online, de modo que, se demorar muito a descrever seu problema, o usurário será desconectado e terá que começar a escrever tudo outra vez. A página também pede endereço para correspondência – já não pediram o e-mail?

Enfim, a reclamação foi registrada, no dia 2 de janeiro deste ano, com a observação de que se não fosse respondida em prazo de 3 dias, Cezar marques iria apelar para a Justiça (ou ao que ainda nos resta dela).

No dia seguinte, veio a primeira manifestação do chefe da ANAC de Porto Alegre:



Vocês acham que o cara da ANAC resolveu o problema do senhor Cezar Marques? É claro que não, é obvio. De modo que ele mesmo redigiu um documento que apresentou ao Ministério Público (e que foi por lá adequado aos termos jurídicos, como se pode ver na figura ao lado), onde pôde, pessoalmente, conversar com o Juiz e conseguir a liminar que obrigava a TAM a embarcá-lo, e à sua esposa (veja nas figuras abaixo), nas conexões necessárias para que saíssem de Porto Alegre e para que lá estivessem de volta, nas datas marcadas em seus bilhetes de passagem internacional, mesmo que estas viessem a ser alteradas pelos donos dos bilhetes, se assim o quisessem, sem que ambos tivessem que pagar nenhum centavo que fosse a mais pelos 64 kg que os bilhetes de viagem internacional conjugados lhes davam direito, ao fazerem as conexões internas, em aeronaves de empresas brasileiras, para retorar à sua residência no Rio Grande do Sul . E assim foi...

Agora, vejam os senhores leitores como são as coisas. O caro membro honorário da aeronáutica - o senhor Carvalho Neto - costuma escrever artigos que são publicados pelo Jornal do Comércio, especialmente no caderno (ou na seção) de OPINIÃO. Não é que num destes artigos, sob o título de "Pacto Apático", publicado em 9 de agosto de 2006, ele termina dizendo (PASMEM!) o seguinte: "O que se vê são os Poderes se digladiando em prol da manutenção de seus benefícios, como se o Poder Público existisse para si mesmo e não para uma sociedade que paga pesados impostos e taxas por precários serviços. Enfim o que mais preocupa é a apatia da sociedade frente à completa derrocada dos ideais Farroupilhas e o desrespeito aos nossos antepassados."
Pelo modo como agiu diante da atitude do senhor engenheiro Cezar Marques, que definitivamente saiu do perfil apático da sociedade, como o disse Carvalho Neto em seu artigo, ao que parece, ou o atual chefe da ANAC do SUL mudou radicalmente de opinião, ou é do tipo de pessoa da qual se costuma dizer que "o que ele diz não se escreve". O problema é que Carvalho Neto escreveu, assinou e publicou. Com a faca e o queijo na mão, ele agiu exatamente como agiam aqueles que, nesse caso pode-se dizer, ousou criticar.
Portanto, caros leitores que por acaso tiverem que viajar para o exterior, a partir de cidades que não sejam São Paulo ou Rio de Janeiro, façam seus escândalos - muitos deles e exijam seus direitos. O brasileiro engenheiro Cezar Marques fez a parte dele. O MP do RS também. TEM MAIS, SE TRABALHAR DIREITINHO, DAQUI A ALGUM TEMPO, TODOS OS PASSAGEIROS QUE TIVEREM BILHETES INTERNACIONAIS E TIVEREM QUE PARTIR DO RJ OU DE SP PARA VOLTAR ÀS SUAS RESIDÊNCIAS NOS OUTROS ESTADOS DO PAÍS SERÃO BENEFICIADOS PELO QUE PODERÁ PASSAR A FAZER PARTE DA LEI -como o MP-RS beneficiou o senhor Marques desta vez. Eu, pela parte que cabe ser categorizada como sendo o que se chama atualmente de Imprensa neste país, também estou fazendo aquilo que deve ser feito: jogando no ventilador um exemplo de atitude de busca de seus direitos que deve ser seguido por todos e um fato que deve ser apurado pelos órgãos competentes para que sejam tomadas providências em relação a esta e a outras questões que tratam do setor aéreo brasileiro!


A esta altura, já deve ter aqueles sarcásticos leitores que estão a pensar que isso é problema de rico que pode viajar para o exterior e que, portanto, que se dane o ricaço com seu probleminha. Para esse tipo de gente, seguem alguns esclarecimentos e algumas recomendações:
- ser rico não é problema para a sociedade, é caso de se comemorar menos um para disputar vagas para filhos em escolas públicas, vagas em leitos e ambulatórios públicos, etc.
- ficar rico com trabalho honesto não é motivo para chacota e sim para que se tenha orgulho de se viver onde esse tipo de pessoa ainda possa existir. Sinal de que restariam esperanças ao sarcástico.
- quando um cara que o sarcástico toma como rico passa a ser tratado, por uma companhia que deveria prestar serviços de alto nível, desta maneira desrespeitosa, é sinal de que você – o sarcástico que se qualifica de pobre – está mais pra lá do que “ferrado”. E que se gente como esse cara que ele chama de rico não começar a reagir e a conseguir que seus direitos sejam respeitados, o sarcástico pode começar a aprender a nadar longas distâncias e em águas turbulentas, porque, para poder levar uma vida digna, terá que atravessar o Atlântico a nado – de preferência para os EUA, fazendo um pit-stop, quem sabe, em Porto Rico (que é uma miniatura dos EUA – piorada, é verdade).
AGORA, PARA TERMINAR, OUÇAM, NOS VIDEOS ABAIXO, A DISCUSSÃO QUE O ENGENHEIRO CEZAR MARQUES E O SENHOR CARAVALHO NETTO, DA ANAC, TIVERAM, POR TELEFONE. CLIQUE NOS FILMES, UM DE CADA VEZ E OUVIRÁ TUDINHO. AS IMAGENS DOS FILMES SÃO APENAS ILUSTRAÇÕES DA CRISE AÉREA, COLOCADAS COMO PANO DE FUNDO, PARA LEMBRAR O QUE ESTÁ POR TRÁS DESTA E DE OUTRAS DISCUSSÕES.
NUM DESSES QUATRO "VIDEOS" APARECE O SENHOR CARVALHO NETO DIZENDO QUE BRASILEIRO QUE DESEMBARCA NA TERRA DOS "HERMANOS" ARGENTINOS TEM A SI PRÓPRIO E À SUA BAGAGEM DESINFETADA - É ISSO MESMO: SOMOS DESINFETADOS!!!!

Christina FontenelleE-mail: chrisfontell@gmail.com
MEMÓRIA INFOMIX: http://acidentetam2007.blogspot.com/ (Deixe seu recado)

MATE AS SAUDADES DA VARIG

MATE AS SAUDADES DE COMO ERA BOM E MAIS SEGURO VOAR PELO BRASIL E DAQUI PARA O MUNDO!!!!
VARIG
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VASP

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TRANSBRASIL

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O CAOS AÉREO NÃO ACABOU E OS CÉUS DO BRASIL FORAM TOMADOS POR UM CARTEL DE EXPLORAÇÃO E DE INCOMPETÊNCIA

8/02/2008
Christina Fontenelle

O Ministro da Defesa Nelson Jobim, “O
 Idiota”, como é chamado unanimemente pelos freqüentadores dos aeroportos brasileiros, sejam eles passageiros, tripulantes ou funcionários - quem freqüenta aeroportos certamente jsabe disso), vem declarando publicamente, já há algum tempo, com aquele tom de voz e com aquela postura imponentes de sempre, que não há mais caos aéreo no Brasil. Entenda-se: para o ministro, falar grosso e ser fisicamente agigantado são requisitos suficientes para resolver todos os problemas que apareçam pela frente e que estejam sob a responsabilidade do MD, inclusive, tirar e colocar de cargos de importância estratégica para o país quem quer que seja, sem que logo surjam os conseqüentes prejuízos dessas ações para todos os brasileiros.

Vou relatar apenas um dos mais diversos tipos de aflição que têm acometido milhares de passageiros, país a fora, diariamente, só para vocês saberem o que é que o nosso (nosso não, deles) ministro da defesa classifica de fim do caos aéreo.

RIO DE JANEIRO

No dia 25 de janeiro deste ano que se inicia, meus três filhos – uma menina de 15, um menino de 14 e outro de 10 anos – acordavam, na casa dos avós, no Rio de Janeiro, por volta das 7h, para, logo depois do desjejum, seguirem de carro, com os avós, para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (aquele que todo mundo continua chamando, inclusive por escrito, de Galeão). Eles deveriam se apresentar para fazer o Check-In por volta das 10h e embarcar no vôo 1900 da GOL, com destino à Brasília (DF) - a decolagem estava marcada para as 11h.

Feito o Check-In e despachadas as bagagens, os três menores foram entregues, pelos avós, no portão que vai para a área de espera para embarque – e pelo qual nem mesmo o Papa pode passar se não for embarcar em um vôo qualquer -, a uma funcionária da GOL que, especialmente no caso de crianças com menos de 12 anos que viajam desacompanhadas, deve ficar permanentemente responsável por elas até que sejam devidamente entregues à responsabilidade da tripulação da aeronave em que viajarão. Maiores de 12 anos não precisam de um funcionário-acompanhante permanente a seu lado, embora, naturalmente, devam ser bem orientados e, assim como idosos e como deficientes, devem ter prioridade para embarcar.

Por volta das 12h:45m, todos os passageiros do vôo 1900 deixaram a sala de embarque e foram conduzidos ao ônibus que os levaria até à aeronave. Chegando lá, o veículo ficou um bom tempo parado, em frente ao avião – sob aquela “agradável” temperatura do verão carioca – e, sem maiores satisfações por parte dos funcionários da companhia aérea, retornou com os passageiros para a área de embarque, na qual os menores foram “acomodados” e devidamente “abandonados” numa pequena sala, sem ar condicionado, com apenas 9 assentos disponíveis, sem banheiro e da qual não poderiam sair, segundo a funcionária da GOL, “sob hipótese nenhuma”.

Água? Café? Lanche para os idosos e para as crianças? É claro que NÃO! Onde é que essa gente-carga-pagante (que é como a GOL trata seus passageiros) pensa que está? Na Disneylândia?

Depois de desfrutarem do “conforto” das acomodações da saleta acima descrita, por cerca de uma hora, os menores, bem como o restante dos passageiros, foram novamente colocados na condução e, desta vez, chegaram a embarcar na aeronave. Todos acomodados. O avião levantou vôo? Não. Os passageiros foram informados de que deveriam deixar o avião e retornar à sala de espera de embarque, pela segunda vez, “por causa de problemas com o ar condicionado”. Tumulto, gritaria, xingamentos (Jobim não foi esquecido) e rebelião dos passageiros para não ter que sair da aeronave. Mas, não houve jeito – todo mundo teve mesmo que voltar para a sala de embarque – e os menores para a “confortável” saleta “prisão”.

BRASÍLIA

Até então, quem estava, em Brasília, à espera da chegada do vôo 1900 vindo do Rio de Janeiro, tanto para reencontrar seus parentes e amigos como para pegar o mesmo vôo (que passa a se chamar vôo 1901, quando chega e sai de Brasília) com destino à outra cidade, só sabia que o vôo estava atrasado “por motivo de excesso de trânsito de aeronaves para decolar lá do Galeão.


RIO DE JANEIRO

Quando voltaram à sala de espera de embarque, vários passageiros que tinham problemas de horário para chegar ao aeroporto de Brasília, por causa das conexões que deveriam fazer e que haviam sido programadas, na hora da venda de passagens, justamente pela própria GOL, foram separados dos outros passageiros do vôo 1900 e conduzidos para embarque em outra aeronave.

Foi exatamente nesta hora - em que todo mundo teve que deixar a aeronave e quando alguns passageiros foram separados - que minha filha me ligou, lá do Galeão – já aos prantos – dizendo que ela, os irmãos e todos os outros menores haviam sido literalmente abandonados pela acompanhante de menores (que havia ido conduzir os passageiros que fariam conexões em Brasília, como já descrevi acima). Minha filha dizia que a acompanhante da GOL sumira e que ninguém da companhia os acompanhava ou os informava de absolutamente nada. Disse também que todos estavam exaustos, com muito calor e sem se alimentar - àquela hora, havia mais de 4 horas, já que passava (e muito) das 14h. Preocupação da GOL com os passageiros e especialmente com os idosos e com os menores? Nenhuma!

BRASÍLIA

Por aqui, imediatamente após ter recebido o telefonema de minha filha, dirigi-me ao aeroporto JK (*) e, lá chegando, fui direto para a sala da ANAC, onde já encontrei algumas pessoas pedindo informações sobre o tal do vôo 1900 e fazendo reclamações contra a GOL. Identifiquei-me como jornalista e que ali estava para saber exatamente onde estavam meus filhos, em que vôo e em que hora eles finalmente seriam embarcados e, principalmente, o porquê de eles terem sido completamente abandonados pela acompanhante de menores da GOL no aeroporto do Rio de Janeiro.

Silêncio total na sala... Todo mundo com cara de quem “não acredito!”. O senhor Luiz Gustavo, funcionário de carreira da ANAC – há 20 anos na agência -, muito educado e tentando defender os passageiros, não cansava de repetir que aqueles problemas específicos deveriam ser resolvidos entre estes e a companhia aérea, mais precisamente no Juizado Especial – ali mesmo no aeroporto. Mesmo assim, ele já havia requisitado a presença de responsáveis da GOL na sala da ANAC, mais de uma vez, e não havia obtido sucesso. Entretanto, depois da descrição do meu problema, ele deixou a sala – porém, sem dizer o motivo a ninguém.

Eu, então, achando que ali na ANAC não conseguiria resolver e nem saber de nada, parti para o Juizado. Lá chegando, uma funcionária veio logo saber qual era o meu problema e, muito preocupada com o meu já adiantado estado de nervosismo, me ofereceu assento e um copo de água. Descrito o meu caso, a funcionária disse que naquele juizado não se resolvia problemas que envolvessem menores. Além disso, como por lá também já havia outras pessoas tentando resolver outros problemas em relação ao vôo 1900, a funcionária disse que os responsáveis pela GOL já haviam sido requisitados por duas vezes a comparecer ao Juizado, mas que se recusavam a descer do escritório da empresa – que fica atrás dos balcões de Check-In da companhia, no segundo andar do aeroporto de Brasília.

Bem, no meu estado já descontrolado, se Maomé não iria à montanha, definitivamente, e em tempo recorde, a montanha estaria bem diante dele. Saí do Juizado, subi e parei diante dos balcões de Check-In da GOL, onde solicitei a um funcionário que chamasse quem quer que estivesse respondendo pela companhia naquele momento. Expliquei rapidamente o meu problema e ele foi lá dentro, presumia eu, chamar algum responsável. Pois, alguns minutos depois, voltava o funcionariozinho, com a cara mais tranqüila do mundo, dizendo que o vôo estava “apenas” atrasado, mas que certamente chegaria à Brasília – a hora da chegada é que estava difícil de prever.

Você não entendeu a língua em que eu lhe pedi para trazer o responsável pela GOL ou está com problema de audição?”, perguntei eu. “Vou repetir: Eu quero falar com o responsável pela GOL, agora!” Disse isso, aos berros, e fui atravessando o galpão, as esteiras que rolam as malas, até começar a abrir as portas que levam aos escritórios das companhias aéreas. Um funcionário tentava me segurar, mas, eu continuava aos berros dizendo que queria saber dos meus filhos e do por quê de eles terem sido abandonados pelos responsáveis da GOL no aeroporto do Rio de Janeiro, além de terem sido obrigados a embarcar numa aeronave que já havia deixado de levantar vôo duas vezes por causa de problemas técnicos – “Por que não trocaram as pessoas de avião? Que problema era aquele?” – Isso tudo, aos berros, para que todos pudessem saber o que a GOL estava fazendo comigo e com meus filhos.

O aeroporto inteiro de Brasília ouvia meus gritos e via meu desespero. Desta forma, acharam mais conveniente conduzir-me para dentro das salas onde ficam os escritórios das companhias. Detalhe: quem me atendeu e me levou para encontrar com uma, suponho eu, supervisora da GOL, foi um funcionário da Ocean Air, cuja porta de acesso ao escritório fica ao lado da porta da GOL. A esta altura, até o funcionário da ANAC que havia deixado a sala da agência sem dar satisfações, já estava lá atrás também, indo ao meu encontro, com uma lista dos menores que iriam embarcar no vôo 1900 (fora para isso que ele havia deixado sua sala, agora ficava eu sabendo).

Bem, “apareceu a margarida” – pelo menos, “uma margarida”: a funcionária da GOL de nome Paula Cunha. Muito calma e educadamente, ela esclareceu que o “probleminha” que havia ocorrido na aeronave do vôo 1900 era apenas numa das turbinas (por duas vezes, como já disse, o piloto já havia deixado de decolar pelo mesmo motivo). Ora, então, naturalmente para a dona Paula, havia motivo suficiente para que eu ficasse mais “tranqüila” ainda, pois, o problema, como haviam dito aos passageiros lá no Rio de Janeiro, não era no sistema de ar condicionado, mas APENAS na turbina – E HAVIA OCORRIDO POR DUAS VEZES!!!

A senhora Paula tentava dar-me umas aulinhas de aviação sobre problemas com turbinas, mas eu não pude continuar ouvindo coisas que, afinal, para quem já tem investigado os dois últimos maiores acidentes aéreos ocorridos no Brasil, o discurso da moça era patético. Eu, pela enésima vez, esclareci que queria saber onde estavam meus filhos, com quem eles estavam e porque todos os passageiros não haviam sido remanejados para outra aeronave, presumivelmente, sem defeito. Queria um documento, uma declaração por escrito da GOL. Porém, vendo que dali não sairia nada, desci outra vez para a sala da ANAC, onde registrei a ocorrência.

RIO DE JANEIRO

Novamente na sala de espera, colocaram menores e idosos já do outro lado do vidro que divide estas salas do corredor de embarque, separando-os do resto dos outros passageiros. Meus três filhos ficaram esquecidos junto com estes outros passageiros e tiveram que berrar e espancar a porta de vidro até que algum funcionário da GOL viesse abrir a porta para colocá-los junto com os outros menores, do outro lado do vidro. A esta altura, estavam havia cerca de 5 horas sem comer absolutamente nada - pelo menos que lhes tivesse sido providenciado pela GOL. Algum tempo depois deles já terem conseguido passar para o lado do vidro onde estavam os outros menores, apareceu uma funcionária da GOL – até então desconhecida - que, surpresa ao saber que os menores estavam desacompanhados e desorientados, resolveu ficar ali até que os mesmos fossem embarcados no ônibus.

Junto com os menores havia uma senhora que deveria ter uns noventa e poucos anos, bem franzina, e que já não agüentava mais ficar de pé e nem andar. Os menores e a senhora cansaram de pedir uma cadeira de rodas, mas, os funcionários da GOL diziam que não havia nenhuma disponível. Quem conduzia e auxiliava a senhora nas idas e vindas? Algum funcionário da GOL? Não. Quem fez isso foi um menor de 15 anos com físico mais avantajado. Um absurdo? Absurdo maior foi constatar, ao descerem para embarcar no ônibus que levaria os passageiros para aeronave, já pela terceira vez (e desta vez a última), que havia uma linda, perfeita, isolada e desocupada cadeira de rodas no andar de baixo. Porém, que já de nada adiantaria ser pega, pois não seria usada no ônibus e nem no avião.

Finalmente dentro da aeronave, todos acomodados, esta levantou vôo, por volta das 15h:30m - quatro horas e 30 minutos após a hora marcada para a decolagem, que deveria ter ocorrido às 11h. Atraso de mais de 4 horas não pune a companhia com multa e não dá direito aos passageiros de receber o dinheiro da passagem de volta? Vou consultar o código, mas tenho a impressão de que sim.



BRASÍLIA

Por volta das 16h:20m, os passageiros que haviam embarcado em outra aeronave para não perderem suas conexões em Brasília, finalmente pousaram na Capital. De repente, nova invasão na ANAC. Por quê? Simplesmente porque a GOL havia dado ordens expressas para que os aviões nos quais os ex-passageiros do vôo 1900 fariam suas conexões levantassem vôo sem esperar que os mesmos chagassem à Brasília. Houve casos em que a diferença entre a chegada dos passageiros e a partida do avião em que fariam conexão foi de apenas 10 minutos. Todos revoltados - e com razão. Foram tratados como lixo!

Uma destas passageiras viajava para ver o pai que estava em estado grave numa UTI, em Corumbá (Mato Grosso). Indignada, ela teria que ficar por pelo menos mais 7 horas no aeroporto de Brasília para que conseguisse, finalmente, pegar outro vôo para aquela cidade – tudo por conta “do bolso” dela, é claro, e inclusive sem que lhe fosse dada a menor atenção psicológica diante de sua angústia e de seu sofrimento. Foi por esta mulher que, dando a descrição de meus filhos, fiquei sabendo que haviam realmente embarcado no vôo 1900 e que, no painel da área de desembarque doméstico, o horário previsto para a chegada do vôo mostrava 16h:50m.

Revoltada, porém mais tranqüila em relação ao meu problema, enfim, dirigi-me para o portão de desembarque doméstico e, freqüentemente, olhava o relógio e a situação do vôo (realmente estava confirmado para chegar às 16h:50min). Para ver se o tempo "passava mais rápido", fui tomar um café e, quando voltei ao portão, adivinhem o que estava escrito ao lado do vôo 1900? “Procurar a Companhia Aérea”. Isso mesmo: aquela mensagem que apareceu no painel de desembarque dos aeroportos onde eram esperados os vôo da GOL e da TAM que se acidentaram em 2006 e em 2007, respectivamente, dos quais, infelizmente, jamais desembarcou nenhuma das pessoas que dentro daquelas aeronaves estavam.

Eu e mais algumas pessoas, em estado quase que de surto emocional, partimos para o balcão da GOL para saber notícias. Diante daquelas pessoas – todas verdes, azuis, brancas e completamente desesperadas, um funcionário da GOL foi imediatamente buscar esclarecimentos. Voltou rapidamente (embora para nós, que esperávamos notícias, parecesse ter passado horas) e disse que o avião já estava no solo do aeroporto de Brasília e que a demora para o desembarque se devia a problemas de taxiamento (eram 17h:10m quando o 1900 pousara em Brasília). Foi um alívio indescritível. Mas, sossego mesmo, só tive quando vi as carinhas dos meus três amores saindo do portão de desembarque com suas bagagens e seus sorrisos – era cerca de 17h:25m. Portanto, foram as 5 horas mais longas e angustiantes de espera da minha vida. Deixei pelo menos uns cinco anos de vida naquele aeroporto - um para cada hora -, em saúde e em aparência.

Não sei se por causa de meus escândalos ou não, ao desembarcarem no aeroporto de Brasília, a senhora dos seus 90 anos veio numa cadeira de rodas, empurrada por um funcionário da GOL e o meu filho de 10 anos saiu acompanhado de uma sorridente funcionária que o entregou em minhas mãos, pessoalmente, pedindo minha identidade e fazendo com que eu assinasse um papel no qual eu supus estar escrito uma espécie de confirmação de que eu - a responsável - tinha recebido meu filho "inteiro" e "em pessoa" - já que as letras do "documento" eram muito pequenas e a situação era de muita emoção para mim.

FIM DA ESTÓRIA

A Gol Linhas Aéreas, que complementa seu nome se autoproclamando “Inteligentes”, deveria ser judicialmente obrigada a trocar este complemento pela palavra que mais se adequa ao perfil e ao “modus operandi” da companhia, passando a ser nomeada de GOL Linhas Aéreas Espertas. Sim, porque tratar passageiros como carga-animada (desprovida de fome, de sede, de necessidade de conforto e de respeito), que, bem ao contrário do que a companhia anuncia como sendo seu carro-chefe de concepção de administração, cobra passagens absurdamente caras pelos péssimos serviços que presta. Não se trata de inteligência, num país como o nosso, onde não existem empresas aéreas concorrentes que ofereçam outros tipos de serviço, ainda que mais caros fossem, administrar uma companhia aérea de baixo-custo como o faz a GOL, e sim de esperteza.

No Brasil, o tipo de negócio praticamente bi-monopolizado e “companheiramente” cartelizado que fazem a GOL e a TAM é o da esperteza, do tipo daquele que faz quem quer levar vantagem em tudo e do tipo daqueles que fazem o que querem com o consumidor, por saber de sua impotência diante de um Estado Neo-Comunista que finge funcionar numa democracia e num capitalismo de mercado livre.

Conduzem passageiros em aeronaves extremamente desconfortáveis, classificando amendoim e refrigerante como serviço de bordo; excedem o mínimo nível de tolerância que se poderia esperar de uma companhia aérea quanto ao extravio de bagagens; carregam cargas desacompanhadas em aviões que deveriam transportar exclusivamente passageiros e seus pertences, e finalmente preferem ser processadas por erros e abusos do que melhorar seus serviços – porque assim fica mais barato. Pelo que são submetidos os passageiros que viajam por estas companhias, “cenzinho” (R$ 100,00), ida e volta, para e de qualquer lugar, ainda estaria meio caro.

Mas, enfim, estamos em boas mãos. O senhor “entendo de tudo e calem a boca” (o próprio: Nelson Jobim), depois de arbitrar, por exemplo, algum tempo depois do último acidente aéreo grave com um avião da TAM em Congonhas, no qual morreram 187 pessoas, que naquele aeroporto não haveria mais pousos e decolagens de aeronaves de médio e de grande porte com conexões e com escalas, agora, no último dia 28 – apenas seis meses depois – anunciou a ressurreição do pesadelo. "Mas a segurança do aeroporto continua intocável", disse o ministro, apesar de toda a nação saber que a pista de escape elaborada com concreto poroso – recomendação tácita, tanto antes como depois do acidente – jamais tenha começado a ser construída em Congonhas. Porém, Jobim já discursou sobre todas as resoluções. Para ele, isso já foi mais do que suficiente para por um fim na crise aérea – que, para ele, não existe mais.
(*) Eu moro a menos de 10 minutos do Aeroporto. Por isso, costumamos controlar o horário de ir buscar quem chega de viagem pelo horário em que a pessoa confirma que vai levantar vôo e o tempo regular que se costuma levar para cumprir o trajeto.
8/02/2008