sexta-feira, 14 de setembro de 2007

É DE CHORAR!!!

Realmente é de amargar! Como se já não fosse grave o bastante ainda faltar muitas respostas sobre os dois maiores acidentes aéreos da história da aviação brasileira, para solucionar a crise aérea, o presidente nomeia um ministro da defesa que não entende nada de nada de aviação e que só sabe falar coisas que, muito provavelmente, crianças com no máximo 10 anos de idade falariam sobre os acidentes, sobre as aeronaves e sobre os aeroportos.
Esta semana, Nelson Jobim anunciou a solução para o problema das pistas "curtas" e sem área adequada de escape do Aeroporto de Congonhas (SP): mandou encurtar mais ainda as duas (leia-se: diminuir a área útil de pista). A lógica do ministro: encurtando as pistas, sobra uma área maior para o escape. É claro que o ministro completou o raciocínio: agora, as companhias aéreas e a Anac (Infraero e sei lá mais quem...) devem decidir sobre o tamanho e o peso das aeronaves que poderão aterrisar e/ou decolar em Congonhas.
Grande solução a apontada pelo ministro! Construir (gastar dinheiro) uma área de escape bem aparelhada e adequada está fora de cogitação, é claro. Que aeronaves grandes e pesadas não deveriam pousar em Congonhas, principalmente em dias de chuva, já era dito e, por muito tempo foi proibido, desde séculos, por todo mundo que tivesse apenas alguns neurônios em bom estado no cérebro.
Ou seja, não era preciso encurtar a pista para mostrar que havia feito alguma coisa para "resolver a crise aérea"- bastava proibir que aeronaves de grande porte pousassem em Congonhas.
Agora, obrigar a estas companhias aéreas, que tanta mamata lucrativa já tiveram, a operar linhas DIRETAS E SEM ESCALAS para todas as principais cidades do país - não importando se com aeronave cheia ou não -, isso o ministro não vai fazer. Também não vai impedir que aviões que transportem passageiros sejam impedidos de transportar cargas e encomendas aéreas simultaneamente. Igualmente, o ministro não vai tomar providências para que uma mesma aeronave não saia de uma determinada cidade do país e vá parando, de ponto em ponto, até chegar a seu destino final - como se fosse um ônibus.
Também não vai exigir que os trâmites legais para indenização de parentes de vítimas que morram em acidentes aéreos sejam desburocratizados, de modo que caiba à companhia aérea arcar com o ônus dessa indenização, em prazo de no maximo 60 dias (o resto que seja resolvido depois e que a companhia vá cobrar de quem realmente seja culpado na Justiça e após investigação). Tirar uma ou duas fileiras de assentos, fazendo com que as aeronaves das companhias brasileiras se assemelhem ao máximo aos projetos de origem, acredito que também não será providenciado.
Não, provavelmente, nada disso será feito. Dois meses depois do acidente com o Airbus da TAM que matou 199 pessoas em Congonhas, o ministro da defesa anuncia o encurtamento (da área útil) das duas pistas daquele aeroporto. É de se jogar a toalha!
Christina Fontenelle

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