sábado, 11 de agosto de 2007

SANGRIA NO AR

Christina Fontenelle
11/08/2007

"Eu lamento muito esse tipo de coisa, mas rendo minha homenagem aos 800 homens que trabalharam naquele episódio e hoje estão sendo pichados como marginais"
Comandante Saito defendendo militares que trabalharam no resgate do acidente da Gol.08/08/2007

A reação de Saito foi provocada pelas denúncias de desaparecimento de pertences das vítimas do acidente da Gol, ocorrido em setembro do ano passado. Ele disse que foram 49 dias de trabalho intenso dos militares, dia e noite, sem parar, para que todos os corpos fossem resgatados.

"A nossa missão é resgatar os corpos. Nós resgatamos de um total de 4.000 quilos, 1.650 quilos de pertences. Todo o material foi catalogado, etiquetado e entregue à companhia Gol".

Saito disse ainda que pelo menos uma vez por mês integrantes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) se reúnem com representantes dos familiares das vítimas do acidente da Gol para discutirem sobre eventuais necessidades dos parentes e que, em nenhuma dessas reuniões, nada sobre esse assunto foi mencionado.

A Aeronáutica teria ficado sabendo do ocorrido pela reportagem publicada no jornal Estado de SP, no último domingo, revelando que o documento de uma das vítimas teria chegado a ser usado para obtenção de um financiamento na compra de um carro e um outro caso, no qual o marido de uma outra vítima teria recebido um telefonema, originado do Rio de Janeiro, do receptador do aparelho celular de sua falacida esposa.

Saito aproveitou para lembrar que "não é competência da Aeronáutica resgatar pertences de vítimas de acidentes aéreos". Agora, no acidente com o avião da TAM, uma companhia especializada em resgate de objetos perdidos em escombros foi contratada, mas, na época do acidente com o Boeing da Gol, essa hipótese não foi cogitada, nem pela Gol nem pelo governo.

Sem ter uma explicação para o sumiço de documentos e objetos das vítimas, o comando da Aeronáutica divulgou ontem uma nota oficial dizendo que foi 'impossível isolar toda a área durante a operação de resgate' porque os destroços da aeronave estavam espalhados por uma grande região de floresta. Na nota, a Aeronáutica procura dividir responsabilidades, relatando que o trabalho durou 44 dias e envolveu 'mais de 800 pessoas, de diversos órgãos públicos federais e estaduais, entre militares, policiais e legistas'.

A nota divulgada pela Aeronáutica, assinada pelo porta-voz, brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, afirma que "logo na primeira semana, no local dos destroços, os militares encontraram os primeiros grupos de pessoas estranhas à operação, que imediatamente foram orientados e conduzidos para fora da área de busca". A Aeronáutica lembrou ainda que, inicialmente, os documentos foram manuseados pela Polícia Civil de Mato Grosso e que das mais de 4 toneladas que embarcaram no vôo, 1,6 tonelada foi encontrada pelas equipes de resgate e entregue à Gol, em Brasília, ao final da operação.

A CPI do Apagão Aéreo da Câmara vai ouvir - pela enésima vez - o depoimento do comandante da Aeronáutica, dessa feita, sobre a pilhagem dos objetos. O deputado Wanderley Macris (PSDB-SP) anunciou que encaminhará requerimento para que a Aeronáutica dê informações oficiais sobre a responsabilidade da guarda dos bens dos 154 mortos.

O histórico de humilhações sofridas pelas Forças Armadas, especialmente durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio da Silva, já é bastante conhecido - elas são intermitentes e configuradas por ataques que vêm de todos os lados e que são dos mais variados tipos. Geralmente, ao longo destes anos de "abertura", o alvo destes ataques têm sido o Exército. Entretanto, por razões de ordem estratégica da Nova Ordem Mundial, que pretende aniquilar as Forças Armadas nacionais e transformá-las em forças tarefas de patrulhamento (e já dando início a uma das etapas finais dessa estratégia de destruição), a primeira das três Forças a ser mais veementemente atacada passou, agora, a ser a Aeronáutica. Por trás das mortes de quase 400 brasileiros, que marcaram tristemente a crise do setor aéreo no país, estão a sede de lucro e de dominação política de oligopólios transnacionais, cuja nação pretende ser o mundo, o poder o absoluto e os povos as máquinas acéfalas escravizadas. Não procurem motivos nem sentido, senhores - Estude-se o que é SOCIPATIA.

Tudo começou com o acidente com o Boeing 737-800 da Gol, acontecido em 29 de setembro de 2006, que deflagrou o início de uma crise aérea nitidamente pré-fabricada (sim, o setor já vinha sendo preparado para entrar em crise). Depois do acidente, o motim dos controladores de vôo - que, como se já não fosse fato grave em si, foi mais agravado ainda pela quebra de hiereaquia dentro da Força, provocada pela sempre presente atuação presidencial, aparentemente desastrada (é, só quem acredita em Papai Noel e em Coelhinho da Páscoa é que acha que Lula seja um desastrado, desinformado e inconseqüente).














Depois do desfecho da "crise do motim", da qual a Aeronáutica talvez tenha conseguido sair bem melhor de que se esperava - não efetivamente, em termos de punir todos os amotinados com os rigores do Código Militar, mas em relação à opinião púlica, de um modo geral -, além de ter tido o desprazer de ver o comandante da Aeronáutica - Juniti Saito - e sua esposa fantasiados de caipira para a tradicional festa junina promovida pelo presidente Lula, os brasileiros também têm assistido a um desfile de "disse-me-disse", dentro em torno da própria Força Aérea, bem como a um sem fim de depoimentos em CPIs, onde os oficiais têm sido tratados como se "Delúbios, Marcos Valérios, Dirceus" e tantos outros criminosos fossem.




Será que todos os militares terão que pagar por aqueles que andam dando medalhas e recompensas a quem deveriam execrar?

Mais recentemente, depois do acidente com o Airbus da TAM, em Congonhas, lá estão outra vez os "disse-me-disse", as quebras de hierarquia, o descumprimento de normas de investigação de acidentes aéreos, etc. Não sem razão, em muitas das vezes, CPIs, jornalistas e investigadores levantam suspeitas sobre o que é divulgado e colocam autoridades em posições delicadas - é que o país tornou-se um grande palco onde nenhum dos atores confia em niguém além de si mesmo. Estamos num palco de desordem pronto para ser tomado e "organizado" pela força - armada e política - do populismo retrógrado.

Num destes episódios de humilhação da Força Aérea, o coronel Fernando Camargo, responsável pela investigação sobre o acidente com o avião da TAM, foi à CPI da Câmara: “Nós (da Aeronáutica) recomendamos considerar praticáveis as pistas principal e auxiliar do Aeroporto de Congonhas somente quando suas características superficiais atenderem aos requisitos de resistência a derrapagem”

Como não quisesse falar muito sobre termos técnicos e sobre dados que considerava secretos, o coronel deixou a CPI com fama de reacionário acobertador de sabe-se lá o quê. A fama alastrou-se pelo país através do noticiário nacional. Tecnicamente, o coronel pode até estar cumprindo seu dever, mas, em matéria de estratégia de comunicação social, como representante da imagem de uma Força - que era um de seus papéis ali naquele momento - não foi feliz. Enquanto as FFAA continuarem a achar que assessoria de imprensa é "besteirol", que pode ficar na mão de amadores ou de gente que compõe a Força somente para ter emprego fixo, vão continuar a fornecer munição para a própria derrocada.

Outro acontecimento, simultâneo a este anterior aliás, foi a "intervenção" da Polícia Federal em áreas de domínio da Aeronáutica, a mando do Ministério Público, à procura de dados e de documentos para mapear os riscos do tráfego aéreo no país - tudo como se a Força Aérea fosse uma daquelas agências do tipo SMPB de Marcos Valério ou uma daquelas de propriedade de Duda Mendonça - o marqueteiro de Lula. Tanta eficiência da PF não foi observada para descobrir, no entanto, de onde teria vindo o dinheiro para pagar os mensalões, para pagar as dívidas e contas do PT e do próprio Duda Mendonça, bem como não serviu para descobrir de onde teria vindo o dinheiro que foi usado para comprar o dossiê contra os tucanos na eleição passada. Isso para economizar na lista, é claro.

No episódio, a Polícia Federal, juntamente com procuradores do Ministério Público Federal, foram, no último dia 8 agosto, à torre de controle do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e recolheram um computador e várias caixas com documentos e fitas gravadas sobre os registros de problemas durante pousos, decolagens e vôos nos últimos cinco anos. A ação em Guarulhos deveria ter sido simultânea a outras do mesmo tipo, no Aeroporto de Congonhas, também em São Paulo, e no Cindacta I, em Brasília. Mas o comando da Aeronáutica impediu que a Polícia Federal entrasse nas áreas restritas de Congonhas e que levasse os documentos do Cindacta I.

No Aeroporto de Congonhas, depois de dez horas de negociações, os procuradores conseguiram apreender registros de vôos e relatórios de arquivos de voz . Mas o comando da Aeronáutica entrou na Justiça e conseguiu uma ordem expedida pela desembargadora Marli Ferreira, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, para reaver os documentos. Por sua vez, a advocacia-geral da União também recorreu à Justiça para reaver o material apreendido.

Infelizes condecorações patrocinadas pela Aeronáutica, bem com o episódio da saída do brigadeiro José Carlos Pereira da presidência da Infraero, foram dois dos maiores fiascos protagonizados pela Força que tanto orgulho já trouxe à grande maioria dos brasileiros. É quase impossível de se conceber que tais ocorridos sejam fruto do acaso ou da falta de previdência de uns e de outros dentro da Aeronáutica. Os dois casos já foram excessivamente comentados, de modo que a única coisa a acrescentar sobre o assunto - e mais especificamente sobre o brigadeiro Pereira - é que ele perdeu a chance de ficar calado ao deixar o cargo de presidente da Infraero. Ora, se, enquanto estava no cargo, sabia de tudo de errado que lá, nos bastidores do setor aéreo, vinha acontecendo, por que diabos, então, esperou que fosse "sangrado" até deixar a presidência da empresa para que começasse a "denunciar"? Poderia ter ficado na História da Infraero apenas como "o bem humorado incompetente" e não como "corrupto passivo despeitado".

Não é de hoje que as FFAA vêm tendo seus salários aviltados e suas verbas para operações, para compra de equipamentos e para o desenvolvimento de projetos fortemente contingenciadas - para não dizer , criminosamente, boicotadas. Uma criança de 10 anos poderia prever algumas das mais óbvias conseqüências: abandono da carreira por parte de pessoas mais qualificadas - o que é um desperdício do investimento nelas feito; desinteresse pelo ingresso na carreira militar por parte daqueles indivíduos mais bem preparados intelectualmente dentro da sociedade - o que gera, por outro lado, o rebaixamento do nível de exigência, em termos de preparação educacional, para que se ingresse na carreira, na medida em que se precisa de um contingente mínimo. A longo prazo, isso certamente acaba (ou acabará) fazendo com que, lá na frente, se tenham pessoas intelectualmente despreparadas para comandar nossas Forças Armadas.
Isso para não falar nas nefastas conseqüências deste despreparo - entre outras coisas, aumento do índice de corrupção, aumento do contingente de pessoas facilmente influenciáveis pela pregação de um nacionalismo ufanístico que pode vir a favorecer a sustentação de governos comunisto-populistas, etc. E o pior: o surgimento de uma classe de comando - ora mais preocupada com seus próprios benefícios do que com os das tropas, ora desmotivada pela incapacidade mesma de compreenção, por parte destas tropas, do significado que deveria haver por trás das fardas que vestem. Tropas de mentalidade curta e sem preparo intelectual - esse é o maior dos desastres.

Hoje, já não se fala nem mais nessa questão de fundamento - que seria o sucateamento do indivíduo militar -, mas, sim, do sucateamento dos equipamentos e das instalações. No último dia 8 de agosto, o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), que participara dias antes, nas cidades de Coari e de Manaus, no Amazonas, da Operação Solimões, realizada pelas Forças Armadas brasileiras, disse que elas estão totalmente desassistidas e sem as condições necessárias para exercer suas atividades:
"Lamentavelmente, o governo brasileiro, nos últimos 15 anos, tem sido relapso e descomprometido com as nossas Forças Armadas. Elas estão sucateadas"... "É preciso dotá-las e aparelhá-las de novos equipamentos, novas tecnologias e de todo o aparato indispensável ao seu trabalho".

É preciso cuidado nesse ponto. Antes de aparelhar a Força, é preciso que se pague salários melhores. Por todos os motivos que já foram acima citados. Mas, suspeita-se que isso não acontecerá enquanto o governo não tiver a mais absoluta certeza de que os beneficiários deste justo aumento não sejam aqueles que tenham as condições de lhe amaeaçar o poder. Há que se esperar, talvez, ainda mais umas duas ou três gerações de mediocridade para que, finalmente, as FFAA sejam presenteadas com melhores salários e com investimentos naquilo que lhes venha a garantir o orgulho ufanista (e burro, diga-se de passagem). Quem não quiser enxergar o óbvio que finja que não é nada disso...

Brasília, por exemplo, está longe de ser mais violenta do que São Paulo ou do que o Rio de Janeiro. No entanto, todo o Distrito Federal tem uma das polícias militares mais bem pagas e mais bem aparelhadas do país. Esta semana, mais um "tapa na cara" das FFAA, ainda que seus "administradores", digamos assim, não sejam os mesmos que os das PMs.

A mensagem com o aumento salarial de até 14% para os militares de todas as patentes da PM do Distrito Federal foi enviada no último dia 8 de agosto, ao presidente Lula (que não poderá alegar que não sabia que o salário dos militares das FFAA era tão baixo) pelo Governador do Distrito Federal. Dessa forma, só para resumir, o salário de um soldado PM, que hoje é de R$3.100,00 passará para R$3.534,00 - se este é o menor salário da hierarquia, como disse um meu conhecido leitor, calcule-se o salário de um coronel!

Um controlador de vôo militar ganha, em média, R$ 1.400,00. Um piloto de caça da FAB ganha menos que um ascensorista (profissional que pilota elevador) do Congresso. Depois de 25 anos de profissão, com idade entre 44 e 49 anos, um oficial superior na patente logo anterior à de general, de almirante ou de brigadeiro, ganha em torno de R$ 6.000,00 líquidos - isso é o que ganha um agente da PF que entrou ontem na corporação e que deve estar na faixa dos seus 20 anos de idade.

Não. Eu não estou dizendo que todos estes profissionais acima citados não mereçam ganhar até mais do que hoje recebam. Também não estou citando outros profissionais cujos salários são criminosamente aviltados, como os dos médicos e dos professores, em geral, ainda que seus horários de trabalho sejam mais versáteis do que os de militares. O que eu estou dizendo é muito claro: o salário que se paga a um militar das Forças Armadas, hoje em dia, ocupe ele a patente que ocupar, é um crime, deliberado, contra a segurança nacional.

Em um Manifesto à Nação Brasileira, a Associação Nacional dos Militares das Forças Armadas (ANMFA) enfatiza que "as Forças Armadas, desde o governo antecessor, vêm sofrendo uma campanha de desmoralização e vêm sendo progressivamente sucateadas, para que o seu poder de reação seja enfraquecido, numa orquestração eficaz, ditada por interesses que não são os dos nossos cidadãos". O manifesto também denuncia a gravidade da situação dos militares, em que "muitos profissionais têm de custear a saúde dos recrutas com descontos nos seus contracheques e acréscimos nas indenizações de atendimento médico-hospitalar, e em que Comandantes sem recursos, muitas vezes, tiram dinheiro, do próprio bolso, para evitar, por exemplo, que a sua viatura pare, comprometendo ainda mais a capacidade de sustento da família. Falta até comida nos quartéis".

Em artigo publicado, em junho de 2005, no site Inforel ( http://www.inforel.org/), o editor Marcelo Rech trazia à pauta uma série de dados alarmantes. Entre outras coisas, revelava que, segundo dados do governo, em 2005, os servidores do Executivo custavam, em média, R$ 4.413 por mês cada um. Contabilizados os gastos com os inativos, a média por militar ficava em R$ 2.507 e continua sendo a mais baixa entre o funcionalismo dos três Poderes. No Legislativo, a despesa média por servidor era de R$ 8.640 e, no Judiciário, de R$ R$ 8.704. As estatísticas do governo revelavam ainda que, na última década, as despesas com militares ativos eram as que menos haviam crescido. 

Havia dez anos, o servidor civil do governo federal custava em média 50% mais que o militar. Em 2005, essa diferença era de 121%. Em 1995, o gasto médio por funcionário do Legislativo e do Judiciário era 309% e 172% maior que os dos membros dos quartéis, respectivamente. Em 2005, a diferença estava em torno de 360% em ambos os casos. O artigo lembrava ainda que:
"O Brasil tem fronteiras com dez países. A maioria deles, vive em permanente estado de ebulição, inclusive com a atuação de guerrilheiros. São as Forças Armadas que garantem muitas das prioridades brasileiras, como a integração física da América do Sul. Portanto, reajustar os salários, combinados com um programa sério de modernização das forças, deixa de ser apenas um desejo do governo. Trata-se de uma obrigação".

Durante todo esse período de crise aérea, eu tenho defendido os pilotos civis, os funcionários, os aposentados e os pensionistas de empresas aéreas que foram dizimadas, com a Varig, por exemplo, e tenho procurado ser justa nas informações e nos dados técnicos que publico sobre todos os assuntos que tratam deste tema. Tenho que ser justa também com os militares que realizam um trabalho sério, cada qual na sua área de atuação. Há gente corrupta e desonesta? Gente "vendida" e covarde? Certamente que sim, como acontece em todas as atividades profissionais. Mas é inadmissível que estes elementos sejam tomados como representantes da maioria dos componentes de uma corporação que atua dentro de uma das instituições em que os brasileiros mais confiam e que os sucessivos governos recentes do país vêm fazendo questão, pública e notoriamente, de contribuir para a destruição.

Estão sangrando a Aeronáutica. Depois dela, a fila anda - virá a Marinha (quem viver verá) e, finalmente o Exército.

Lula, o temerário

Autor: Dalton Catunda Rocha.
Engenheiro Agrônomo.

Por toda a parte, problemas. Enquanto no Regime Militar, devíamos 25% ou menos do PIB, hoje devemos mais de 100% do PIB. Em 1984, tínhamos mais de 1,4% das exportações mundiais. Exportávamos então, mais que a China. Hoje não temos 0,7% das exportações mundiais. Em 1979, mais de 80% dos trabalhadores urbanos brasileiros, tinham carteira assinada. Hoje nem a metade deles tem isto. Dezenas de milhões de brasileiros estão desempregados. O crime massacra muitos milhares de nós, todos os meses. Hoje, um paulista tem dez vezes mais chance de ser assassinado do que nos "anos de chumbo" do Regime Militar. Estradas estão, há muitos anos, esburacadas. Favelas existem em todas as grandes cidades brasileiras. Escândalos mil de corrupção estouram aqui desde os tempos cabralinos. Sempre ou quase sempre, seguidas de impunidade. Não faltam desgraças na área civil. Apenas citei algumas.

Quanto à situação militar, o mais novo "caça" da FAB, tem 22 anos de uso. Quando aqui chegou, era caça de terceira linha. Há muito toda a frota de "caças" da FAB, já deveria estar em museus ou como sucatas. Quanto à defesa aérea, ela não tem nem mesmo 5% do equipamento que Saddam Hussein, por exemplo, tinha antes da segunda guerra do golfo. Um General de Exército brasileiro ganha menos que um Sargento americano. O mais novo tanque do Exército Brasileiro tem mais de 30 anos de uso e foi vendido para nós a preço simbólico pelo governo dos USA. O mais novo dos caças da Marinha é um Skyhawk, que tem 24 anos de uso. Nunca a frota da FAB foi tão velha. Nunca a FAB treinou tão pouco. Nunca a frota da FAB esteve em uma disponibilidade tão baixa. Não faltam problemas na área militar.

De fato, uma das coisas em comum, em todos os governos da "Nova República", é a mania de sucatear, humilhar, desprezar e desgraçar tudo o que for Militar. Há exemplos brutais disto e em todos os governos deste regime. Lula apenas segue os passos de Sarney, de Collor, de Itamar e de FHC. Basta lembrar que, já sob Sarney, um Soldado americano chegava a ganhar mais do que o dobro do que um General brasileiro. Ulisses Guimarães, o "tetrapresidente", chamou os Generais brasileiros de "patetas". Claro, Ulisses morreu num helicóptero pago por um Empresário, caloteiro do Banespa. Em 1987, Sarney cortou a compra de uniformes militares. No mesmo ano, bilhões de dólares foram gastos com bancos estaduais. Mais tarde, FHC deu US$ 1,5 milhões, de um dia para outro, apenas para os bancos Marka e Fonte Cindam. Nos oito anos de seu governo, não apareceu nem a metade desta quantia para renovar a decrépita frota da FAB.

Lula não foi o único a humilhar e sucatear as Forças Armadas. Isto é óbvio. Difícil saber qual dos Presidentes deste regime vigente foi pior para os Militares brasileiros.

O hoje esquecido juiz "Nicolalau" roubou dinheiro que seria suficiente para comprar toda a frota de caças da FAB, mais todos os tanques do Exército Brasileiro, mais toda a Artilharia do Exército Brasileiro, mais todos os fuzis e metralhadoras de todas as Forças Armadas brasileiras juntas. Evidentemente que falar das humilhações às Forças Armadas brasileiras seria um assunto muito longo. Fico por aqui.

O Juiz Nicolau roubou, por baixo, mais de 150 milhões de dólares. Eu sei que muitos duvidam que isto seja mais do que o valor da frota de "caças" da FAB, mais toda a Artilharia do Exército, mais todos os tanques do Exército, mais todos os fuzis e metralhadoras das 3 Forças Armadas/sucateadas. Mas isto é pura verdade. Basta citar alguns preços: cada caça Mirage III usado, vendido pela França ao Paquistão, custou US$ 200 mil. Considere que toda a frota de Mirage III da FAB não chega a 30 unidades. Quanto aos caças F-5, não chegam a 45. A Suiça vendeu alguns F-5 usados por menos de US$ 800 mil a unidade e que estão em melhor estado que a frota de F-5 da FAB. Os AMX não são aviões de caça, mas aviões de ataque. Os canhões M-114 do Exército brasileiro não são fabricados desde 1946. Os canhões M-101 de 105 mm, que não são fabricados desde 1951, são mais de 90% dos canhões de 105 mm do Exército Brasileiro em serviço. O Exército recebeu alguns obuseiros usados, comprados a US$ 10 mil cada um. Repito, são dez mil dólares por unidade. A frota de "tanques" do Exército também foi vendida a preços simbólicos. Dos fuzis das 3 Forças Armadas, mais de 80% são sucatas. Dos poucos que prestam, um M-16 custa cerca de US$ 500 a unidade. Resumindo: como eu falei, o Juiz "Nicolalau" roubou muito mais do que o valor da frota de "caças" da FAB, mais todos os tanques, mais todos os obuseiros, mais todos os fuzis e todas as metralhadoras das três Forças Armadas/sucateadas brasileiras juntas.

O título deste artigo é: Lula, o temerário. Bem, temerário é o nome que se dá a quem é imbecil. Temerário é quem se joga em aventuras idiotas. Temerário é quem fala quando deveria calar ou falar outra coisa. Temerário é quem arruína um país. Há outras definições para a palavra. Mas, bastam estas, para caracterizar Lula como um temerário. E claro, Lula é um temerário do pior tipo. Vale lembrar que Lula não é um metalúrgico, um baderneiro sindicalista e nem mesmo é um Deputado Federal. Lula é o Presidente da República. Toda e qualquer imbecilidade que ele fizer ou disser, será paga pelo povo brasileiro. Pode até demorar, mas iremos pagar.

A cachorra Michele [3] de Lula, tem mais despesas públicas a seu serviço que um Oficial do Exército Brasileiro.

Michele é o nome da cadela de Lula. Ela passeia regularmente de carro oficial. Cachorra também é gente, como dizia o Ex-Ministro Magri. Evidentemente, que Oficiais do Exército Brasileiro não tem carros oficiais. Falando de carros oficiais, os veículos do Exército cancelaram o desfile de Sete de setembro, por falta de combustível.

Evidentemente que ser temerário é a vida de Lula. Não houve até hoje um só dia na presidência de Lula em que ele não mostrasse sua temerariedade. Eu poderia falar da mania de Lula de apoiar os "sem-terra". Eu poderia falar da mania de Lula de aumentar juros. Eu poderia falar da mania de Lula de aumentar impostos. Eu poderia falar da mania de Lula de aumentar os combustíveis. Nestas manias e na mania de sucatear e humilhar os militares, Lula segue os passos dos Presidentes civis que o antecederam. Eu vou me concentrar aqui a falar da temerariedade de Lula de apoiar Saddam Hussein, se opondo à maior potência militar e econômica do mundo. Aos Lulistas/petistas que disserem que Rússia, Alemanha e França teriam feito o mesmo, eu replico que a primeira e a última tem armas nucleares. As duas últimas fazem parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), junto com os USA.

Simplesmente é absurdo comparar Lula com Chirac. O Presidente francês tem armas nucleares, faz parte da OTAN junto aos USA. Para completar, a França é uma das nações líderes da União Européia. Comparar Lula a Chirac, é comparar olho com repolho. Não é por outro motivo, a não ser imbecilidade, as declarações absurdas de Lula de apoio a Saddam Hussein. Nada temos a ganhar e muito teremos a perder, com as debochadas declarações de Lula. A imprensa, sempre pronta a aplaudir qualquer imbecilidade vomitada por Lula, é incapaz de escrever ou dizer uma palavra contra. Simplesmente é impossível se ver as conseqüências deste vômito lulista.

Para começo de conversa, acabou a possibilidade de compras do Iraque pós-Saddam. Idem do Kuwait e de outros países árabes. Sim, a Arábia Saudita é a nação sede de Meca e de Medina. No entanto, todos os aviões de caça sauditas são americanos ou ingleses. Todos os tanques sauditas comprados nos últimos 20 anos são americanos. De resto, todas as ditaduras da região tem por política comprar apenas dos USA e de seus aliados.

Com a irresponsável política de Lula estão encerradas as possibilidades de novas compras governamentais. Empreiteiras e indústrias de armamentos brasileiras estão fora do mercado árabe - e por muitos anos. Vale lembrar que naquelas ditaduras o governo controla a economia. Tudo o que for brasileiro está fora do mercado árabe. Talvez sobre a venda de frangos, como principal exportação brasileira para a região. Uma péssima notícia para um país que precisa de exportações e de gerar empregos. Quanto aos negócios legais com Saddan, eram inexpressivos e agora estão extintos. Este mal é inevitável, mas não é o pior resultado possível dos vômitos de Lula.

Em troca talvez de bajulações de amigos, Lula, o temerário, põe o Brasil como inimigo dos USA. Vale lembrar que, há apenas vinte anos, existiam ainda URSS, Alemanha Oriental, Iugoslávia e Tchecoslováquia. Todas eram nações governadas por esquerdas. Todas eram inimigas dos USA. Todas eram governadas por amigos de Lula e do PT. E todas estão extintas. Não me venham com este papo de "O mundo inteiro reconhece o Brasil". O mundo inteiro, há apenas 15 anos, reconhecia que Kossovo pertencia a uma nação chamada Iugoslávia. Hoje, todas as nações do mundo dizem que a Iugoslávia está morta. Os papéis que "garantem" a soberania e a integridade do Brasil estão nos mesmos lugares onde estavam as "garantias" para a finada Iugoslávia.

Já que há interesse americano em energia, vale lembrar que apenas a Amazônia brasileira tem capacidade, em termos de potencial hidrelétrico, maior que todos os poços de petróleo do Oriente Médio juntos. É mais do que doze vezes a produção de petróleo do Iraque, nos meses anteriores à segunda guerra do golfo. É mais do que o triplo da capacidade de produção da Arábia Saudita. E o potencial hidrelétrico é permanente. Os poços sauditas ou iraquianos estarão esgotados em menos de 100 anos.

Quanto ao resultado mais terrível, e ainda assim possível, dos vômitos de Lula, basta ler o escrito a seguir. O trecho destacado (da página 58 a 64) foi transcrito da revista "A Defesa Nacional" - Número 754 - de Outubro a dezembro de 1991 - Página 59. O autor do artigo e da parte destacada é Benjamim Medeiros que, embora não tenha sido um militar, tinha nas suas opiniões o apoio da humilhada classe militar brasileira.

Desconheço a atividade atual de Benjamim Medeiros. Na época da publicação do artigo, ele era Professor e Presidente de uma empresa. A revista "A Defesa Nacional", era e é administrada por militares brasileiros da ativa.

Vamos ver o trecho do artigo:

“Houve tempo em que o antagonismo entre a Rússia e os Estados Unidos nos garantia uma certa segurança. Em caso de agressão, poderíamos nos colocar sob a proteção de um ou do outro. Isto acabou. Hoje teríamos que lutar e, certamente, seríamos derrotados”.

“Obviamente, que Militar da ativa ou da reserva não pode falar a verdade sobre as declarações temerárias de Lula. Militar que critique Lula é preso e vai perder o emprego. O único parente próximo militar que eu tive era meu avô. Ele morreu há mais de 20 anos. Não temo que tomem a pensão de minha avó, pois ela morreu há mais de um ano. Por um dever cívico, aqui destaco que nossos pobres e humilhados militares não podem escrever ou dizer o que eu digo. Por dever de ofício, eles têm que saber que caso a águia americana, siga o fedor vindo da boca de Lula, o resultado será a extinção do Brasil.

Quem se deixa governar por tanto tempo e por nojentos, terá como resultado final a extinção. De nada adiantam tratados, resoluções da ONU ou, pior ainda, estas sucatas que alguns ainda insistem em chamar de "material bélico". A História nunca teve muita pena de quem se deixa governar por temerários. É a lei da sobrevivência do mais apto. Lei que também prevê a extinção dos incapazes. Há apenas vinte anos, existiam URSS, Iugoslávia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia. Todas na mão de comunistas e de temerários. Todas governadas por inimigos dos USA. Onde estão estas nações "reconhecidas" por todas as outras em bonitos tratados?

O vômito de Lula, apenas nos poderá trazer a desgraça. Impossível dizer o tamanho desta desgraça. Ela sem dúvida, será enorme. No final, poderá iniciar a nossa extinção. Se a extinção vier, será permanente. Não haverá um segundo Brasil, assim como não houve um segundo Império Bizantino, uma segunda URSS ou uma segunda Iugoslávia. Se o fim vier, será definitivo e irreversível. Aqui encerro o artigo Lula, o temerário.

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