Segunda, 20 de agosto de 2007, 15h15
Eduardo Tessler
Divulgação
Eduardo Tessler
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O Airbus A-320 da TAM que fazia o vôo JJ-3151 Guarulhos-Porto Alegre escapou por pouco de envolver-se em mais uma tragédia da aviação civil nacional.
Já passava da 1h da madrugada desta segunda-feira quando o avião recebeu autorização para pouso no Aeroporto Salgado Filho. Só o que a torre não avisou é que na mesma pista o Boeing 737 da Gol que fazia o vôo G3-1646 ainda manobrava em direção ao terminal.
O A-320, em aproximação final na pista, a cerca de 10 metros do solo, precisou arremeter para evitar a colisão frontal, percebida visualmente pelo comandante.
Depois de um princípio de pânico em alguns passageiros e uma nova volta pelo céu de Porto Alegre, o JJ-3151 pousou sem dificuldades no Salgado Filho. Só então o comandante explicou o ocorrido para passageiros revoltados com a falta de informações da cabine.
- O procedimento de abortamento do pouso foi feito para evitar um choque com outra aeronave que estava na pista sem que o controle de vôos do aeroporto nos informasse - disse o comandante, depois de pousar. Antes disso, entre a súbita interrupção do pouso e o speech do piloto, foram sete minutos de angústia dos passageiros.
O vôo 3054, que acabou em tragédia no Aeroporto de Congonhas, partiu do mesmo Salgado Filho. Ou seja, a lembrança do acidente ainda está bem viva nos gaúchos. Ainda mais quando viajam em um A-320, a mesma aeronave que chocou-se em São Paulo há um mês.
A revolta dos passageiros do JJ-3151 desta madrugada - já cansados pelo atraso de uma hora e meia do vôo - distribuía-se entre dois alvos: contra o comandante da TAM, que adotou o silêncio até depois do pouso, permitindo o pânico, e contra a torre do Salgado Filho, que esqueceu-se de avisar que outra aeronave ainda estava na pista.
Por habilidade do comandante, este incidente acabou bem. Mas poderia não ter sido assim.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que um eventual erro de controladores de vôo é responsabilidade do Comando da Aeronáutica. Durante toda a manhã, o Comando foi procurado para comentar o assunto. Nenhum assessor estava no trabalho ao meio-dia; todos em horário de almoço. Terra Magazine entrou em contato pelo menos mais três vezes e não houve retorno.
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