Pelo Gen Div Murillo Neves Tavares da Silva
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Ternuma Regional Brasília
Lembro-me que, ainda garoto, conversando com meu pai que, como major do quadro de estado-maior da ativa, foi chefe da Seção de Operações do 6º Regimento de Infantaria, na campanha da Força Expedicionária Brasileira, na Itália, ele teceu referências bastante elogiosas ao famoso esquadrão aéreo Senta a Pua, cujos pilotos – orgulho da Força Aérea Brasileira até hoje – tinham sua perícia, seu arrojo e sua coragem elogiados por aviadores de todos os países que tinham representação na Itália. Como oficial, em inúmeras missões apoiadas pela FAB, pude constatar que tais virtudes continuavam a ser uma demonstração da sólida formação profissional dos meus companheiros alados. Desnecessário lembrar os excepcionais serviços prestados pela gloriosa equipe azul em toda a Amazônia, onde, durante muito tempo, ela operou os famosos Catalinas, pousando em rios distantes para apoiar os militares do Exército, em suas guarnições isoladas, e as populações ribeirinhas, com ações cívico-sociais. E do Correio Aéreo Nacional, com atuação, inclusive em países vizinhos, fazendo uma diplomacia efetiva, sem a podre contaminação ideológica desses marcos aurélios da vida, quem não ouviu falar ?
Pois bem, essa Força Aérea era, até bem pouco tempo, responsável, digamos assim, por tudo que se relacionasse com aviação no Brasil. Obviamente, as coisas funcionavam e, apesar das neblinas, das chuvas, das pistas e tantas outras razões, hoje apresentadas como motivo para os desastrados “apagões”, havia respeito nas relações usuários/prestadores de serviço e os aviões, ressalvados atrasos comuns em qualquer lugar do mundo, voavam sem maiores problemas. De repente, como sempre são as decisões imbecis, começaram a achar que tudo estava errado, particularmente porque eram os militares que estavam à frente do sistema. Pouco a pouco, foi sendo tramado o desprestígio de quem realmente sabe o que é voar e como voar. Primeiro, até porque movimenta verbas muito apetitosas, foi a Infraero para controlar os aeroportos. Falar das falcatruas seria cansativo. A imprensa já escancarou as portas da corrupção e da incompetência, da prioridade às maquiagens aeroportuárias em detrimento da segurança, do cabide de emprego e do compadrio em fornecimento de materiais e serviços. Depois, algum gênio esquerdinha, inescrupulosamente ofendido com a excelência da atuação dos “gorilas torturadores”, imaginou a criação de uma agência, a famigerada Agência Nacional da Aviação Civil, para substituir o Departamento de Aviação Civil (o velho e eficiente DAC). Trocava-se, assim um experimentado brigadeiro, com alguns milhares de horas de vôo, por um civil que, quem sabe ?, nem carteira de motorista precisa ter, quanto mais brevê de piloto. No momento, a tal ANAC é chefiada - pelo que me contaram ou pelo que li, não me lembro bem... – por um amigo de um ex-marido de alta autoridade. Se for verdade, acho que só essa condição é muito pouco para tanta responsabilidade.
Não me lembro de ter lido, nem mesmo na Internet, alguma reação a essas manobras de esvaziamento da FAB. Como também não soube de insatisfação com a compra de aviões velhos recuperados, em vez dos indicados pelos estudos da Força. Parece que a compra do Aerolula, também maldosamente apelidado Aero51, teria tido um efeito de anestesia, embora muito poucos tenham o privilégio de pilotá-lo e até mesmo de entrar nele. Mandaram-me pela Internet, cópia do contracheque do pessoal militar, em fins de 2005 ou 2006, em que constava o retrato do Presidente LULA, em evidente culto à personalidade ou em evidente “ puxassaquismo “ explícito. Como podia ser montagem das elites, procurei confirmar com um bom amigo aviador e ele me disse que era verdade. Depois a imprensa noticiou que a primeira turma de mulheres formadas na Academia da Força Aérea teria convidado a Sra. Marisa Letícia para paraninfá-la e, além disso, a presenteara com um belíssimo quadro. Divulgou-se, mais tarde, que tudo fora armado pelo próprio Comandante da Aeronáutica, que providenciou a feitura da carta, com a qual desceu na Academia, acompanhado pela Sra Marisa, e fez as moças assinarem como se fosse coisa delas. Essas demonstrações sempre enfraquecem os que pensam em beneficiar-se delas, mas nunca são feitas sem o beneplácito dos homenageados. Às vezes, há até incentivos. Sobre o episódio dos controladores de vôo, militares encontrando-se com o ministro da defesa (trato-o com minúsculas, porque não há letras menores...) e, depois, com um ministro civil e uma funcionária federal, para solucionar seus problemas funcionais, sem que os brigadeiros da cadeia de comando fossem consultados ou considerados, nem cabem mais comentários. Agora, para mostrar serviço, o apedeuta que nos governa mandou a Polícia Federal ( a mesma que o deixou amuado quando pescou seu irmão lambari) fazer um inquérito paralelo ao que, por dever de ofício, a comissão de investigação e prevenção de acidentes da FAB (CENIPA) sempre fez com absoluta correção. Por quê ? A CENIPA já não sabe fazer ? Só para concluir essa seqüência de fatos que desgastam qualquer instituição, recordo o sórdido episódio da queima de documentos reservados na Base Aérea de Salvador, montado pela Rede Globo e que, em inquérito, ficou provado que era falsidade. Há um brioso Coronel Aviador ( com letras maiúsculas, sim) que está processando todos os envolvidos e participou sua atitude a seus superiores.
Até quando a Nação vai ver essa coisas acontecerem com nossa aviação militar ? Até quando vamos suportar o desrespeito às velhas águias que decolavam dos Afonsos e das novas águias que, hoje, se aninham em Pirassununga? Até quando o Brasil vai conviver com o aviltamento da figura do ínclito Brigadeiro Eduardo Gomes ?
Força Aérea, desperta ! Acorda, gloriosa Força Aérea, antes que te cortem as asas...
Brasília, DF, 20 de julho de 2007.
Autorizada a reprodução, a impressão e a divulgação, desde que conservado nome do autor.
Força Aérea, desperta ! Acorda, gloriosa Força Aérea, antes que te cortem as asas...
Brasília, DF, 20 de julho de 2007.
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