quarta-feira, 25 de julho de 2007

No dia do acidente, Airbus pousou 3 vezes em Congonhas

Redação Terra
Terça, 24 de julho de 2007, 13h26
Agência EstadoEm São Paulo

O histórico de vôos do Airbus A320 da TAM diminui a possibilidade de que a chuva e a pista do Aeroporto de Congonhas tenham sido decisivas na tragédia que matou ao menos 199 pessoas. Isso porque, no dia do acidente, o avião de prefixo MBK já havia pousado duas vezes na pista principal do aeroporto, uma delas enquanto chovia quase três vezes mais do que no momento do desastre. Em nenhuma das aterrissagens houve queixas de pista escorregadia ou problemas mecânicos.

O primeiro pouso do Airbus em Congonhas ocorreu às 11h11 do dia 17. O avião, que fazia o vôo 3701 entre Brasília e São Paulo, encontrou muita chuva na chegada à capital paulista. De fato, entre 11 horas e meio-dia, a estação meteorológica do aeroporto registrou, em média, 1,5 milímetro de precipitação na pista principal. A aeronave pousou normalmente, os passageiros desceram e, 40 minutos depois, ela já estava pronta para decolar rumo ao Aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde chegou às 12h48.

Em Confins, a parada foi mais uma vez breve. Depois de 33 minutos no solo, o Airbus decolou mais uma vez com destino a São Paulo. O vôo 3219 chegou no horário previsto - 14h32. A chuva havia parado, mas a pista principal de Congonhas continuava encharcada. Segundo registros do Serviço Regional de Proteção ao Vôo, entre 14 e 15 horas, o índice de chuva foi zero no aeroporto. Desta vez, o intervalo até a decolagem seguinte foi maior, para que houvesse a troca da tripulação do Airbus. Assumiam o comando os pilotos Kleyber Lima e Henrique Stefanini di Sacco.

Foram eles que decolaram às 15h21 de Congonhas rumo ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde o avião da TAM aterrissou às 16h40. Depois de 36 minutos parados no Sul, os comandantes iniciaram o vôo 3054. O vôo para São Paulo durou uma hora e 35 minutos. A seqüência de vôo dos Airbus, que começou sua jornada às 6h52, no Aeroporto de Campo Grande (MS), demonstra que a TAM utilizava ao máximo a aeronave. Até o acidente, às 18h51, o avião havia feito sete vôos, apesar de estar com o reverso direito (freio aerodinâmico acoplado às turbinas) inoperante - "pinado". A companhia alega que o manual do fabricante permite a utilização da aeronave com esse problema por até dez dias, quando o conserto deve ser realizado.
Airbus da TAM faria manutenção no dia do acidente
Cláudio Dias
Direto de Araraquara
O Airbus A-320 da TAM que sofreu o acidente no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, passaria por uma manutenção no mesmo dia da tragédia, há uma semana. A informação é de um grupo de deputados que faz hoje uma visita ao centro de manutenção da TAM, em São Carlos (SP).

Participam da diligência os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), Dr. Ubiali (PSB-SP), Ivan Valente (Psol-SP), Pepe Vargas (PT-RS) e Sabino Castelo Branco (PTB-AM).

Segundo os deputados, a manutenção ocorreria para verificar o problema com o reversor direito da aeronave, que não estava funcionando, segundo a própria TAM informou. De acordo com o manual do Airbus A-320, a revisão deveria ocorrer no máximo 10 dias após o problema ser detectado.

O deputado Pepe Vargas afirmou que a CPI vai solicitar à TAM o histórico de todas as aeronaves modelo A-320, inclusive a que sofreu o acidente, para identificar quando foram feitas as últimas revisões. "Daremos preferência para analisar o material da aeronave da tragédia e depois para as aeronaves que foram compradas de terceiros (usadas)", disse.

Das 61 aeronaves modelo A-320 que a TAM possui, 25% foram adquiridas de terceiros, segundo Vargas. A aeronave que se envolveu na colisão foi comprada em dezembro e, segundo a TAM, teve a vistoria completa feita fora do País.

Segundo Eduardo Cunha, a documentação sobre o funcionamento da aeronave será apresentada amanhã, durante depoimento na CPI, em Brasília, do vice-presidente técnico da empresa aérea, Ruy Amparo. Na mesma audiência será ouvido o presidente da Agência Nacional de Aviação (Anac), Milton Zuanazzi.

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