sábado, 28 de julho de 2007

LULA FAZ POLITICAGEM EM CIMA DOS CADÁVERES DE CONGONHAS

por Aluízio Amorim
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Publicado em 27/07/2007

Enquanto dezenas de famílias dos mortos na tragédia anunciada do avião da TAM, Lula e seus sequazes, demonstrando com todas as letras que não estão nem aí para dor e o sofrimento alheios, entregam-se a mais um lance de politicagem eleitoral tendo em mira a sucessão presidencial. A substituição do caquético Waldir Pires por Nelson Jobim estaria, segundo os analistas políticos mais apressados, ligada à intenção de Lula de buscar um candidato confiável fora das hostes tradicionais petistas, avariadas pelos sucessivos escândalos que emergiram a partir do mensalão.
Calcula-se que, se Jobim no Ministério da Defesa lograr a solução para o caos aéreo estaria definitivamente credenciado à disputa presidencial em 2010. Como se vê, Lula e seus sequazes, mais a turma do PMDB, via Jobim, montam uma estratégia eleitoral sobre os cadáveres de dois terríveis acidentes aéreos, em mais um lance de obscenidade e de deboche. Esta é uma das leituras do episódio. Mas uma leitura ingênua.Como se sabe, hoje há dois fortíssimos candidatos à sucessão de Lula. Um é o governador mineiro Aécio Neves; o outro, o governador paulista José Serra. Lula joga de forma esperta nesse tabuleiro. Aproxima-se de Aécio e o induz a migrar de partido para receber a sua benção.
Agora, sobre os cadáveres de Congonhas, descobriu outro flanco a explorar, sinalizando a Aécio que o cavalo encilhado e pronto estaria passando e apressando o galope.Lula busca um tertius capaz de fracionar os votos na futura eleição presidencial, desunindo a oposição para fortalecer o candidato do PT. Jobim, como Aécio, entram nessa parada como bois de piranha. Ou pensam que o PT irá apoiar alguém que não pertença ao núcleo sindicalista do lulismo? Até hoje Lula e seus sequazes jamais deram ponto sem nó. São quase cinco anos de poder petista. Todos os órgãos públicos e empresas estatais estão completamente aparelhados. Recentemente, o governo conseguiu aprovar a legalização das centrais sindicais, reeditando o velho esquema varguista ao carrear dinheiro público, via imposto sindical tungado dos próprios trabalhadores, para financiar o peleguismo.Além disso, uma miríade de ONGs servem de duto por onde escoa o dinheiro público, lavado, para financiar os denominados movimentos sociais, como o MST e seus satélites, tipo Via Campesina e até mesmo a UNE.
Reparem que nessa hedionda tragédia de Congonhas não se ouviu um pronunciamento de pesar sequer dessas organizações satélites do petismo. Nem mesmo entidades igrejeiras, como a CNBB, foram capazes de emitir um só alento aos familiares dos mortos que até hoje vagam ao redor do IML em São Paulo. Isto demonstra, sem qualquer dúvida, que o poder do petismo continua monolítico, para não dizer assombroso. Ontem, navegando pelo Orkut encontrei diversas comunidades que defendem a cassação da licença da TV Globo! O Orkut tem hoje mais de 60 milhões de usuários! O que estou alinhando aqui são apenas alguns fatos públicos e notórios, mas suficientes para indicar que o poder lulopetista é avassalador e dá certeza de impunidade total aos seus asseclas. Na penumbra, sorrateiramente, o petismo vai formando um verdadeiro "exército". Até as próximas eleições serão oito anos ininterruptos de poder petista. Dá para imaginar a capilaridade que terá todo esse movimento. Isto pelo que se vê agora. Mas há o que não se vê!
Retomando as linhas iniciais no que tange à sucessão e os candidatos que estão postos, não resta dúvida que a oposição, ao que tudo indica, está caminhando diretamente para cair na esparrela lulista. Os dois candidatos mais fortes para dar combate a Lula e ao PT pertencem a um mesmo partido, o PSDB. Uma cisão entre Serra e Aécio selará o destino do Brasil, qual seja o de se transformar em mais uma república bolivariana. Enganam-se os que pensam como Nelson Jobim, que o PT entregará a rapadura para outro candidato que não pertença à etnia petralha. Jobim está sendo usado por Lula que, neste momento, necessita não de um Ministro da Defesa, mas de um jurista como trânsito nas altas esferas do judiciário e que também entenda de chicanas. Nisto, Lula tem razão. Não está atrás de nenhuma opção de candidatura. Ele precisa urgentemente de um bom advogado que o ajude a se safar de um acontecimento que lhe tira o sono e que pode ser fatal para a estratégia petista de poder. O resto que se dane, não é Lula?

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