domingo, 22 de julho de 2007

O pronunciamento do injustiçado

Por Francisco Marcos, cientista político.

- "Minhas amigas e meus amigos. Nos brasileiros estamos vivendo dias muito tristes. Estamos todos, homens e mulheres, de norte a sul, com o coração sangrando".

Na realidade vivemos desde a sua administração tempos tristes, convivendo com mensalões, aloprados, sanguessugas, e fartos de estudos e projetos mirabolantes que
não são realizados.

- "Nada se iguala a perda das famílias. Mas queremos dizer que sofremos junto com vocês".
A perda das famílias é incomensurável, mas e a perda de jovens brasileiros preparados para prestarem serviços e ajudarem o país a sair deste imbróglio, como é que fica? Serão substituídos pelos oportuno-sindicalistas de plantão?
- "Acima de qualquer outra consideração é hora de dar apoio e carinho aos familiares e amigos das vítimas do vôo 3054 e dos funcionários da TAM".

Desde quando se ausentar por setenta e três horas significa apoio, carinho e consideração.
- "Nada que se possa fazer trará de volta aqueles que amamos e perdemos, mas queremos que todos saibam que o governo fará o possível para apurar o acidente".
O possível nada mais é do que escapismo, o que há de se fazer é enfrentar a realidade, deixar de tentar ludibriar a opinião pública com metáforas e frases de botequim.
- "A pedido meu, a Polícia Federal e a Aeronáutica já estão investigando (a tragédia). Não se pode deixar de lado nenhuma linha de investigação".
O que é dever de ofício fica dependendo de um pedido, lembre- se ilustre condottiere a magnanimidade da palavra nós. A humildade é um grande atributo.
- "Quero garantir que além de uma apuração rigorosa dos fatos estamos procurando prevenir outras tragédias".
Já estamos cansados de gerundismos, e o mais importante, só depois de duas centenas de patrícios mortos é que falas em prevenir tragédias.

Devemos pedir ao Senhor que ilumine este injustiçado e faça-o buscar a humildade e que compreenda a importância da sua missão: governar para todos, bem como deixar de tentar dividir a população, ao buscar com voracidade uma maior permanência no poder.

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