sexta-feira, 27 de julho de 2007

Seleção Antinatural

Por: Coronel-Aviador Luís Mauro
Em 25 de julho de 2007


Pedimos ao nosso estimado leitor que relaxe profundamente e, em seguida, que procure imaginar uma determinada espécie, vamos supor, de ratos, que resolvesse adotar ritos de acasalamento que somente assegurassem a reprodução dos indivíduos menos aptos.

Continuando com a nossa experiência, conceba essa mesma coletividade de ratos escolhendo os seus líderes entre os mais incapazes do grupo.

Já inteiramente imerso nesse estado de consciência alterada, o que pensaria o leitor se visse aqueles elementos da hierarquia social das nossas cobaias que correspondem a ministro de Estado nas sociedades humanas, correndo, desesperadamente, de um lado para o outro, inteiramente perdidos e mentalmente paralisados por excesso de Botox no cérebro, em constante delírio, chiando uma porção de bobagens incoerentes; “no lugar de caçar ou assaltar a dispensa de alguém para alimentar a ninhada, vocês devem relaxar e gozar, é muito mais prazeroso”; “muitos de nós estão morrendo em ratoeiras por causa do grande progresso que alcançamos, o que permite que mais ratos estejam em busca de alimentos”; “não há crise no sistema de transporte aéreo da ratada”; “aqui pra vocês, oh!, top. top, top”.

Enquanto isso, a ratazana-mor discursa sobre o hipotético ponto G das suas fantasias.

E onde estarão os ratos normais, os que não foram acometidos por essa grave falha genética? Estão acovardados! Pensam que agir contra aqueles que subvertem a ordem natural é antidemocrático, porque eles fazem muito barulho e corrompem ou viciam todos os processos, levando à falsa percepção de que são maioria.

Alguém será capaz de conceber futuro melhor para essa sociedade de ratos do que a extinção da espécie?

Pois é. Isso que acabamos de ver se dá todos os dias, em outro grupo social, desta vez, de humanos. Infelizmente, essa experiência desastrosa está acontecendo aqui no Brasil, onde a seleção social antinatural premia o lixo político da Nação e encurrala, isola, cala e, por fim, destrói, social e economicamente, todos os que se opõem a esse estado de coisas.

O último fruto dessa insanidade coletiva de uns poucos que assaltaram os poderes da República e se impõem, por fraudes sucessivas, a todo o Brasil, acabamos de ver hoje, com a nomeação do senhor Nelson Jobim para o ministério da Defesa.

E o ministro, começa muito mal, pois, se precisa dizer que quem manda é ele, já está antecipando o desastre que a sua administração será.

Tal nomeação, mais do que um insulto às Forças Armadas brasileiras, é, ao mesmo tempo, uma grande estupidez e uma jogada estratégica brilhante.

O insulto se consubstancia ao ser nomeado para a pasta que subordina as Forças Armadas, último repositório dos valores, dos princípios, da ética e da moral nacionais, um cidadão que confessou, quando era presidente do Supremo Tribunal Federal, ter fraudado o texto constitucional, durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte. Também, comportou-se mais como um militante político a defender, despudoradamente, a sua própria ambição de poder do que como um magistrado, durante todo o tempo em que exerceu aquela importante função. Como se não fosse suficiente, percebe-se, em suas ações, uma vocação para a prepotência, que confunde autoridade com arbitrariedade.

Como esperar que tal figura possa inspirar o respeito dos militares, que, entre outras coisas, juraram defender as Instituições nacionais com o sacrifício da própria vida, e, não suportam quem assim procede?

Lamentavelmente, não houve, no momento oportuno, qualquer medida contra tais ações, por quem tinha o dever de fazer cumprir a Lei.

A estupidez decorre de que o presidente, depois de hesitar durante dez meses, para fazer o que todos esperavam e demitir o ministro Valdir Pires – que nunca exerceu, verdadeiramente, o posto – perde a oportunidade escolher alguém à altura da importância do Ministério da Defesa e, mais uma vez, nomeia um substituto, totalmente, despreparado para o cargo, além de ser ideologicamente incompatível com o pensamento militar brasileiro, o que significa que se torna, cada vez mais distante, a solução dos problemas das nossas Forças Armadas.

A jogada estratégica brilhante consiste em que o presidente da República encontrou um ótimo cabide, ou, talvez melhor, um excelente depósito para estocar Nelson Jobim, arrefecendo-lhe, de imediato, a sede de poder (ao mesmo tempo em que oferece mais uma migalha ao fisiológico PMDB) para, em um segundo momento, inviabilizar – como conseqüência do fracasso que, sabidamente, o novo ministro colherá – qualquer pretensão de candidatura à presidência da República que, por falta de autocrítica, pudesse vir a ter.

Temos pouco tempo para decidirmos se permitiremos que se complete o processo de extinção, comportando-nos como os roedores governados por ratos deficientes, ou se recuperaremos a nossa humanidade, o que implica regatarmos a capacidade de nos indignarmos e de reagirmos com a força e a violência que se fizerem necessárias à salvação da nossa espécie.

Se Deus nos tivesse dado as armas para isso, há muito já teríamos acabado com a farra desse governo de ratos tarados. Como Ele assim não quis, resta-nos esperar que aqueles que as têm não se furtem do dever de usá-las para que tenhamos futuro e que os nossos filhos e netos possam viver livres e com dignidade, em um Brasil rico, poderoso e respeitado como sonharam os que vieram antes de nós

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