quarta-feira, 18 de julho de 2007

Uma tragédia anunciada

Por: Cláudio Candiota Filho
pres. ANDEP - Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo
e Alcebíades Adil Santini
pres. FÓRUM ESTADUAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Porto Alegre, 17 de julho de 2007
Um somatório de procedimentos omissos e inconseqüêntes de diversas autoridades irresponsáveis.

O País caminha rápidamente para um Caos Logístico - com a precariedade das estradas, dos portos e aeroportos, da segurança, da saúde, da educação, do endividamento individual da sociedade (iludida pelas facilidades do empréstimo, sem se dar conta dos juros escorchantes e da diminuição da renda familiar ), com a perspectiva de um apagão energético proporcionado pelo aumento do consumo e da dependência estratégica de gás de um País não muito confiável, entre outros. Até quando!!??

Abaixo uma manifestação que bem expressa um dos motivos dos descalabros existentes nesta administração pública:

Tragédia do vôo 3054 da TAM: associações culpam governo 18.07, 03h09
Loteamento de cargos faz mais vítimas inocentes

Não é possível continuar assistindo o massacre de inocentes. O caos aéreo e as tragédias começaram a ocorrer, exatamente, a partir do momento em que se retirou do Ministério da Aeronáutica a administração do Sistema de Aviação Civil. Isso não é coincidência. É o resultado da desprofissionalização do setor, da falta de subordinação entre órgãos e da quebra da hierarquia do sistema.

A Aeronáutica, organização altamente profissionalizada (e imune a loteamentos de cargos), administrou a aviação no Brasil de 1941 até março de 2006. Foram 65 (sessenta e cinco) anos de gestão. Sessenta e cinco anos, sem que nada sequer parecido com o que ocorreu nos últimos treze meses tivesse se verificado. Profissionais (militares) foram sendo substituídos por militantes políticos inexperientes. Órgãos que compõem o sistema de aviação civil foram inoculados com essa anomalia brasileira que a cada quatro anos distribui vinte e cinco mil cargos. Essa prática é inédita no mundo. Igualmente inédito é o caos aéreo brasileiro que não encontra precedente em toda a história do transporte aéreo mundial, desde Santos Dumont.

Pelo amor de Deus, devolvam o comando da aviação civil do País ao Ministério da Aeronáutica, única maneira de blindá-la a essa prática que está acabando com a administração pública brasileira. Acabem com o Ministério da Defesa e com a ANAC. Restabeleça-se o organograma que administrou a aviação no Brasil, de 1941 até a criação dessas duas peças inúteis.

O que mais precisa acontecer? Quantas vidas vale um cargo? A aviação simplesmente não funciona sem profissionalismo, disciplina e hierarquia. Isso não existe mais. Enquanto esses três requisitos estiverem ausentes, o caos aéreo, as tragédias e as mortes vão continuar.

A ANDEP e o FÓRUM, por suas diretorias, manifestam sua dor pela perda de vidas de inocentes, entre as quais identifica amigos e conterrâneos.

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